Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo baiano aceitou algumas reivindicações dos detentos rebelados do Presídio Salvador. A informação foi dada, há pouco, pelo superintendente deAssuntos Penais da Secretaria de Justiça, Cidadania e DireitosHumanos da Bahia, coronel Francisco Leite, que participa das negociações. Mais de 700 presos fazem parte do motim, que começou no último domingo (29). A partir das reivindicações dos detentos, disse o coronel, "vamos melhorar nossosistema de atendimento médico e dentário. Tambémvamos pleitear a melhoria da assistência judiciária,entre outras coisas”. O movimento começou por causa datransferência 51 presos de uma unidade do Presídio Salvador para outra unidade no mesmo estabelecimento, logo após a fuga de seis detentos. De acordocom Leite, os presos reivindicam que a revista das visitas seja feitade forma mais humana e que seja permitida a entrada de mais alimentosna penitenciária. O coronel alega que,recentemente, as agentes penitenciárias freqüentaram um curso paraque a revista seja feita da melhor forma possível. “Sabemosque boa parte dos objetos que entram na cadeia, como celulares edrogas, entram porque as visitas trazem dentro do seu corpo essesmateriais proibidos. Temos feito melhorias no trato com as pessoas”, afirmou.Sobre os alimentos, Leite observou que alguns não são permitidos nopresídio porque podem servir para esconder objetos proibidos. “Uma caixade suco, por exemplo, ou uma caixa de leite – desses alimentos,naturalmente, temos mais dificuldade para permitir a entrada”,explicou. Além disso, acrescentou o coronel, muitas vezes, os parentes dos presosquerem levar grandes quantidades de determinados itens, que podem serusados para fazer comércio dentro da unidade. Quanto à volta dos 51detentostransferidos, o coronel disse que não será atendida. Segundo ele, atransferência foi feita "dentro da mais absoluta legalidade", depois da fuga de seis dos internos. "E nós julgamos que,para maior tranquilidade da cadeia, era necessáriotransferir alguns dos presos que eram mais ligados aos que fugiram.” De acordo com o coronel, as negociações continuam, mas devem ser interrompidasdurante a noite e retomadas na manhã seguinte.