Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária(Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, disse hoje (19) que somente a análise da caixa-preta doAirbus A320 da TAM que se chocou contra um terminal de cargas daprópria empresa após uma tentativa mau-sucedida de pousar no AeroportoInternacional de Congonhas (zona sul de São Paulo) vai revelar ascausas do acidente.
“O aviãopousou normalmente, na velocidade correta e no ponto certo. Oscontroladores de vôo perceberam e as imagens mostram isso.Imediatamente após tocar a pista, alguma coisa aconteceu. Quero saber oque aconteceu que o avião voltou a acelerar".
Segundo Pereira isso não acontece pormilagre, mas sim porque o piloto "empurrou" [aumentou] a potência domotor. "Por que ele precisava arremeter [interromper a operação de pouso e se preparar para subir novamente] ? Só a caixa-preta vai dizer. Eu não vou me aventurar a dizer o que aconteceu dentro da cabine daquele avião.”
Segundoo brigadeiro, arremetidas são um procedimento “absolutamente normal” naaviação. Mesmo assim, Pereira diz que como o avião chegou a pousar epercorrer um extenso trecho da pista principal do aeroporto, o normalseria que ele tivesse desacelerado. “Evidente que alguma coisa fez comque aquele avião não desacelerasse”.
O brigadeiro fez um paralelo com umautomóvel para explicar suas dúvidas. “O que leva um carro a nãodesacelerar em um terreno plano? Só se o motor estiver funcionando e omotorista mantiver a aceleração do carro. É a mesma coisa em um avião”,explicou, voltando a destacar que a questão é descobrir porque o pilototeria tentado arremeter.Ao ser entrevistado no saguão do aeroporto, em São Paulo, ondeacompanha os trabalhos de investigação do acidente, Pereira afirmou quenão se pronunciou antes por “razões institucionais”. Segundo ele, apista principal de Congonhas permanecerá fechada até que os órgãosresponsáveis por investigar as causas do acidente concluam a perícia dolocal. Segundo ele, as explicações terão de ser dadas pelas entidadesque investigam o acidente. “Em aviação, tudo tem explicação”.