Marcos Agostinho
Da Agência Brasil
Brasília - A comoção não pode apressar as investigações sobre as causas do acidente com o Airbus 320 da Tam. A opinião é do presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho. Segundo ele a investigação deve ser criteriosa e nesse primeiro momento não se pode descartar nenhuma hipótese sobre a causa do acidente.“A investigação deve ser feita de maneira criteriosa, através da análise de dados técnicos colhidos com base nos acontecimentos e do que for revelado pelo estudo das caixas-pretas. Somente depois disso poderemos chegar a uma resposta do que realmente causou o acidente”, disse Botelho em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional AM.Para o sindicalista, o governo federal precisa reestruturar o sistema de aviação civil brasileiro, pois órgãos como Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e o Comando da Aeronáutica não se entendem. “É preciso que o Ministério da Defesa estabeleça uma ordem e diga quem é que manda, quem é que coordena todos esses órgãos da aviação civil”. Mesmo sustentando que nesse primeiro momento nenhuma hipótese pode ser descartada - como um possível erro humano, falta de condições da pista ou mesmo problemas técnicos na aeronave - Botelho acredita que o Aeroporto de Congonhas não apresenta mais condições estruturais para ser o maior aeroporto do país em movimentação.Ele afirmou que várias medidas devem ser estudadas para diminuir o movimento em Congonhas, mas que não acredita que nenhuma resolução drástica deva ser tomada no momento.“Algo, porém, deve ser feito e todos, governo, município, empresas aéreas, moradores, todos devem entrar nessa discussão. Alguma medida deve ser tomada, pois os moradores daquela região não podem viver nessa situação de susto permanente”.Ele ressaltou, porém, que é preciso aproveitar o momento para rever a situação do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, pois a cidade está crescendo em direção ao aeroporto e se nenhuma medida for tomada é possível que em futuro próximo a situação de perigo e proximidade se repita também em Guarulhos.