Promotor diz que falta de provas pode atrasar inquérito sobre mortes no Complexo do Alemão

10/07/2007 - 19h57

Flávia Castro
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O promotor de Justiça Gianfilippo Piannezzola disse hoje (10) que a falta de documentos para complementar a investigação das vítimas fatais do confronto entre policiais e traficantes no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, dificultao encaminhamento do processo. Ele foi à Delegacia da Penha, responsável pela área, para analisar o inquérito.Segundo o promotor, uma das inconsistências é falta de laudos de perícia feitos no local do crime. "As seis mortes que vieram numa Kombi, por exemplo, não se sabe exatamente nem onde ocorreram os óbitos. Eles podem ter sido mortos até após o confronto em brigas com traficantes", disse. Ele afirmou ainda que nenhuma testemunha foi ouvida. "A apuração dependeria da população nos trazer testemunhos, mas aqui na delegacia não houve isso ainda". O promotor criticou que as mortes estejam sendo investigadas por três delegacias: de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), a 22ª Delegacia de Polícia (Penha) e a de Roubo e Furtos de Cargas (DRFC). "A apuração está fracionada, então tem que se manter o contato com todas as unidades policiais para se o obter os laudos".O Ministério Público encaminhou, na sexta-feira (6), ao Grupo Técnico da instituição 19 laudos cadavéricos para complementar a investigação e o resultado da perícia deve ficar pronto em cerca de um mês. Mas segundo o promotor Gianfilippo Piannezzola, o documento não é suficiente para comprovar se houve execução. "Um laudo sozinho não tem a força de dizer se houve ou não execução porque é um combate urbano".Ainda esta semana, chegam ao Rio de Janeiro, peritos independentes enviados pelo governo federal para colaborar com o Ministério Público e a polícia na conclusão do inquérito.