Empresas de Amazonas, Ceará e Santa Catarina entram na "lista suja" do trabalho escravo

10/07/2007 - 20h20

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Subiu de 13 para 16 o número de estados brasileiros em que o Ministério do Trabalho e Emprego já encontrou trabalhadores em situação semelhante à escravidão. Com esse novo número, a maioria das unidades da federação já apresentou algum caso de exploração de trabalho escravo. Conhecida como “lista suja”, a relação foi atualizada hoje (10), incluindo 51 novos nomes de proprietários. Com a nova lista, sobe para 192 o número de donos de fazendas ou carvoarias em que foram encontrado trabalho escravo.As novidades na lista são a Fazenda Guaxuba (AM), de Ademar Almeida Freire; Fazenda Soever (CE), de propriedade de Raimundo Everardo Mendes Vasconceles; e as empresas Móveis Rueckl, Cruzado Móveis e Indústria Agroflorestal Heyse (SC).A maior parte das autuações do ministério foi no Pará. Constam na lista 41 fazendas, 26% do total do país. Em seguida, aparecem os estados de Tocantins (21%) e Maranhão (16%).Desde 1995, quando o Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo foi criado, até abril deste ano, 8.225 pessoas foram libertadas em 405 estabelecimentos no estado do Pará. O número corresponde a 35% dos trabalhadores resgatados nos primeiros quatro meses do ano. A maioria, empregados na pecuária ou na extração de carvão.A “lista suja” do Ministério do Trabalho é atualizada a cada seis meses. Criada em 2003, inclui nomes de empregadores após o término de um processo administrativo, gerado pela fiscalização que libertou os trabalhadores. Para excluir o nome da relação, o infrator deve pagar as multas e quitar todos os débitos com os funcionários (trabalhistas e previdenciários). Além disso, por dois anos o fica submetido a monitoramento do MTE.Os infratores relacionados na "lista suja" não podem retirar empréstimos em bancos do governo e têm suspensos incentivos fiscais junto a agências regionais de desenvolvimento. Paralelamente, a sociedade tem adotado estratégias para evitar que empresas não comprem produtos da cadeia produtiva do trabalho escravo.