Relatório apresentado em CPI no Senado aponta necessidade de contratar mais 600 controladores de vôo

04/06/2007 - 23h39

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um relatório doMinistério Público do Trabalho, apresentado hoje (4) aossenadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) doApagão Aéreo, aponta a necessidade de contratar mais 600 controladores de vôo. Segundo o coordenadornacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do MinistérioPúblico do Trabalho, Alessandro Santos de Miranda, o documentomostra problemas como as condiçõesde trabalho dos controladores, como "uma carga de trabalho mensal mais elevada, maior número de aviões sob controle e também o estresse, a fadiga dos profissionais". A questão dos turnos alternados de trabalho também foi incluída entre os problemas enfrentados pela categoria. Miranda  informou que o trabalho em turnos pela manhã, à tarde e à noite "altera o ritmo biológico do organismo dos controladores". Ele acrescentou que "o ser humano precisa de rotina: se um dia trabalha de manhã e no outro, à noite, o organismo será prejudicado". As investigações realizadas pelo Ministério Público do Trabalho constataram que esses profissionais têm outras atividades, como a guarda, os exercícios militares, além do controle do tráfego aéreo. “O que acontece é que eles saem dotrabalho como controladores e vão fazer uma guarda e no outrodia estão cansados para monitorar o tráfego aéreo”,explicou Miranda, acrescentando que essas atividades não sãocomputadas na carga horária de trabalho mensal.O procurador Fábio de Assis Fernandes, doMinistério Público do Trabalho de São Paulo, também foi ouvido na CPI e contou que Jomarcelo Fernandes dos Santos, um dos controladores indicados pela Justiça de Mato Grosso,foi reprovado quatro vezes no curso de formação. “Ele foi aprovado na marra. Não existemcontroladores no mercado. Para um controlador estar pronto sãonecessários dois anos de curso, no mínimo”, afirmou o procurador.