Garcia não acredita em violação de democracia na Venezuela

04/06/2007 - 18h52

Mylena Fiori e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Nova Delhi (Índia) e Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, não considera que o fim da concessão pública ao canal de tevê RCTV foi uma violação da democracia na Venezuela. "Nós não consideramos que tenham sido violadas as regras básicas das instituições democráticas na Venezuela", afirmou, em entrevista a jornalistas hoje (4)."Há uma medida, do ponto de vista político, adotada pelo governo e ele não fez nada ilegal", avalia Garcia, referindo-se a Chávez. "Andei várias vezes na Venezuela e, em raros países, eu vi tanta liberdade de imprensa", avalia.Garcia diz ter visto até cenas de uma novela na qual havia legendas convocando manifestações contra o presidente Hugo Chávez. "Não me venham dizer que não há liberdade de imprensa na Venezuela".As declarações de Garcia repercutiram no Senado, que aprovou um requerimento com o pedido para que Chávez devolva a concessão da RCTV. "Quando se esperava que o poder executivo ficasse solidário ao Congresso Nacional, vem a observação de Marco Aurélio, dizendo que não falta liberdade de imprensa na Venezuela", criticou o líder dos Democratas, Agripino Maia (RN). "Eu acho que a advertência que o senado fez é cabida e importante para a preservação da democracia no continente latino-americano".O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também defendeu a postura do Senado. "O chefe de Estado da Venezuela tem de saber conviver com as posições políticas do Brasil, que são diferentes", afirmou. "A defesa da democracia não tem fronteiras".