Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) afirmou hoje (16) que a rejeição, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, ao requerimento apresentado por ele e pelos deputados Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Otávio Leite (PSDB-RJ) foi um sinal de que o governo vai agir como um “rolo compressor” e evitará a aprovação de investigações que o comprometam. “Se nem se pode oficializar as informações que o Tribunal de Contas da União (TCU) já disponibilizou na internet, imagine quando se tentar aprofundar e especificar os pedidos de investigação”, disse. Fruet questionou a forma como a pauta da reunião de hoje foi estabelecida: “No início, o presidente da comissão [deputado Marcelo Castro (PMDB-PI)] informou que estava disposto a dialogar com todos os parlamentares, da oposição ou da base governista, para estabelecer a pauta. Afinal de contas, quem estabelece a pauta, de quem é o critério e por que impedir que outros temas sejam discutidos e votados pelos parlamentares?”. E disse que vai sugerir ao presidente da comissão que agende as reuniões em dias em que não haja sessão plenária da Câmara. Para o deputado André Vargas (PT-PR), o requerimento extra-pauta apresentado pela oposição impediu que fossem votados os 39 requerimentos que constavam da pauta da quinta reunião da Comissão. “A oposição está pretendendo botar fogo no circo. Está querendo abrir o foco e fazer guerra política. A organização da pauta compete ao presidente da comissão. Na medida em que a oposição apresentar requerimentos extra-pauta, nós vamos só ficar discutindo isso”, defendeu. Segundo o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), o fato de a comissão não ter votado nenhum requerimento durante a sessão de hoje não impede o funcionamento da CPI: “Os requerimentos para as próximas duas semanas já foram aprovados e as pessoas que vão prestar depoimentos já estão convocadas e a CPI vai acontecer normalmente, como foi previsto no roteiro já apresentado”. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) considerou desnecessário o requerimento apresentado, mas diante da falta de votações, foi incisivo: “Acho que atende o propósito do governo, mas também desmoraliza o Parlamento. A grande batalha agora é para que a CPI escape do ridículo”. Segundo Gabeira, se quiser acelerar os trabalhos, o presidente da CPI terá de “ser mais severo e preciso”.