Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, voltou a admitir hoje (16), no Rio de Janeiro, que a estatal pode aumentar o preço do gás natural para equilibrar a relação entre a oferta e a demanda. O consumo cresce a um ritmo maior que a produção.“Nós temos ainda esse desequilíbrio entre o ritmo de crescimento da demanda nacional de gás natural e o crescimento da oferta do produto, mas acredito que em um horizonte mais longo, de quatro a cinco anos, poderemos equilibrar este dois movimentos”, afirmou Gabrielli.Segundo ele, isso pode ser obtido de duas formas: reajustando o preço, “o que me parece inevitável”, e aumentando a capacidade interna da oferta do produto. Para atingir este objetivo, a Petrobras está “contratando” duas novas plantas.São navios que serão alugados para funcionar como plantas de regaseificação de gás natural, uma no Ceará e outra no Rio de Janeiro. A estatal importa gás natural liqüefeito (GNL) e o transforma de novo para o estado gasoso.O aumento do preço, na avaliação de Gabrielli, se dará em função da certeza, por parte da empresa, de que “nenhum país” pode ter o consumo de uma fonte energética crescendo a taxas de 17,5% ao ano, como é o caso do gás natural no Brasil.Segundo ele, a Petrobras pretende chegar a 2011 ofertando 71 milhões de metros cúbicos por dia provenientes dos campos nacionais, 30 milhões importados da Bolívia e outros 20 milhões de GNL, totalizando 121 milhões. Segundo ele, esse montante será equivalente ao consumo naquele ano.“A demanda brasileira hoje é de cerca de 42 milhões de metros cúbicos e a nossa previsão é crescer para 121 milhões em 2011 – quando haverá o equilíbrio. Agora, com esta demanda crescente, fica evidente que o preço do gás tem que acompanhar o preço do combustível alternativo. Isso é prática universal do mercado do gás”, afirmou Gabrielli.