Beatriz Mota
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Apenas os serviços essenciais estão sendo realizados em quase todas as instituições de cultura do Rio de Janeiro, informou hoje (16) a vice-presidente da Associação de Servidores da Fundação Nacional de Arte (Funarte), Paula Nogueira. "Fizemos acordos com diretorias das instituições para que serviços de manutenção em geral e de segurança funcionem, com o objetivo de não colocar em risco os acervos. Servidores da área financeira e de recursos humanos também estão em listas com horários de trabalho estabelecidos para exercer suas funções, a fim de não prejudicar trabalhadores que precisem de plano de saúde, por exemplo", disse. À tarde, cerca de cem servidores se reuniram, para avaliar a greve iniciada ontem (16), no saguão de entrada do Palácio Gustavo Capanema, onde funciona a representação do Ministério da Cultura na cidade. Os trabalhadores analisaram questões como a de instituições que possuem espaços concessionários – livrarias, restaurantes e outras lojas – e continuam funcionando. Outra preocupação levantada pelos grevistas foi com os trabalhadores terceirizados. De acordo com Jorge Paixão, do comando estadual da greve, houve alguns piquetes, mas em clima de tranqüilidade. Ele disse temer desavenças em conseqüência das declarações de ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que servidores em greve por 90 dias estariam de férias. "Muitos dirigentes de museus e instituições de cultura podem querer fazer com que os terceirizados entrem para trabalhar e isso pode criar atrito", afirmou Paixão.Desde ontem os servidores da Cultura de todo o país estão em greve, reivindicando a elaboração do Plano de Cargos e Salários para a categoria, prometido pelo governo em maio de 2005, quando eles pararam por mais de cem dias. Até agora, segundo Paula Nogueira, o projeto está engavetado: "Estamos com o salário congelado há 12 anos. Em 2005 recebemos uma gratificação e a promessa de implantação do plano, mas ainda não houve resposta". O objetivo dos servidores é de que a greve não seja interrompida enquanto o acordo não for cumprido. "A gente só vai sair dessa greve com a implantação do nosso plano de cargos e salários", acrescentou.