Bloqueio de índios guajajara na BR-226 deixa cerca de 300 caminhões parados no Maranhão

16/05/2007 - 0h28

Thayara Martins
Da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - Depoisde oito dias de bloqueio em um trecho da BR-226 pelos índios daetnia Guajajara, cerca300 caminhões de carga estão parados entreas cidades de Grajaú e Barra do Corda, no Maranhão. Ainformação é do presidenteda Federação das Empresas de Transporte de Carga doNordeste, Fetracan, Newton Gibson.Deacordo com os caminhoneiros autônomos, Vanderlei Lopes e PauloRogério, a situação é tensa. VanderleiLopes conta que somente o seu prejuízo já pode passarde R$ 500 mil. Os caminhoneiros afirmam que começa a faltaralimentos perecíveis nos vilarejos e cidades próximasao bloqueio.Desdeo dia 8, os Guajajara interditaram a rodovia para reivindicar areabertura da administração da FundaçãoNacional do Índio (Funai), em Barra do Corda. Os cerca de 400indígenas que estão no local também ameaçamincendiar as torres de transmissão de energia, localizadas a50 quilômetros da cidade, caso não tenham asreivindicações atendidas.Segundo o líder da transportadoras, além do prejuízo doscaminhões parados, os profissionais enfrentam outroscontratempos. "O problemanão é só o caminhão parado, são[as ameaças] de saque, e a deterioraçãodo produto que está sendo transportado”.Gibsondisse que o seguro não cobre esses casos, que considera“fortuitos ou de força maior”. “Quer dizer, isso, levaaté à falência de determinadas empresas que nãotiverem condições de repor esse produto para oembarcador".Deacordo com a assessoria da Funai, para resolver o impasse, opresidente da fundação, Márcio Meira, viajou àregião, na última sexta-feira (11). A intençãoera negociar com os manifestantes, mas os líderes indígenasse recusaram a se deslocar até a cidade para uma reunião.Osuperintendente da Polícia Rodoviária Federal noMaranhão, Inácio Castro, explicou que a estrada sópode ser desbloqueada por uma ação da Justiça ouum acordo entre a Funai e os indígenas. Segundo ele, a PolíciaRodoviária aguarda uma decisão para desobstruir a BR-226."Nósestamos aguardando um pronunciamento do governo federal, da Funai, doMinistério da Justiça, mas também estamospreparados para atender qualquer decisão judicial, no sentidode desbloquear a rodovia"