Funasa acusa índios de seqüestrar funcionários no Amazonas

14/05/2007 - 20h30

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A nutricionista Camila Noveletto, o odontólogoDjalma Quirino e o técnico em patologia Silva Filho,funcionários da Fundação Nacional de Saúde(Funasa) no Amazonas, foram seqüestrados ontem (13) por índiosda comunidade Estirão Grande, no município de Manicoré,que fica a 330 quilômetros de Manaus. A denúncia foifeita na manhã de hoje (14) pelo coordenador da Funasa doAmazonas, Francisco Ayres, na sede da Polícia Federal (PF) emManaus. De acordo com o coordenador substituto do órgãode saúde, Carlos Chaves, o ato tem a ver com umacordo feito entre os indígenas da etnia Tenharin, aprefeitura de Manicoré, a Coordenação dosIndígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e com o chefedo Distrito Sanitário Especial de Manaus, sobre a aplicaçãode um recurso na área de saúde que está em posseda prefeitura do município onde o crime teria acontecido. Orecurso faz parte de um saldo acumulado pela prefeitura do municípiosobre os R$ 30 mil recebidos mensalmente do Ministério daSaúde. A direção da Coiab contestou ainformação de que os Tenharin seqüestraram osservidores. Em nota oficial, a entidade indígena negou que osindígenas tenham agido de maneira agressiva e violenta contraos funcionários. Afirmou, no entanto, que os trêspermanecem na aldeia como uma forma de mostrar ao governo e àsociedade o descaso com a saúde indígena em Manicoré."Os índios estão reivindicando um acordoque começou a ser feito há umas três semanas coma prefeitura de Manicoré, a Coiab e o chefe do DistritoSanitário", diz Carlos Chaves, da Funasa. "Peloacordo, o saldo que a prefeitura possui vai subsidiar a compra de umaresidência para servir como casa de apoio aos indígenas,a aquisição de alguns botes e uma reforma nos postos desaúde do pólo básico. A negociaçãofoi feita há 25 dias e o que ficou definido é que apósum mês eles se reuniriam novamente para definir como seria aaplicação do recurso, mas infelizmente os índiostomaram essa iniciativa de forma precoce e criminosa." Chavesinformou que o coordenador da Funasa no Amazonas, Francisco Ayres, eo chefe do Distrito Sanitário Especial de Manaus, AlcimarPinheiro, estão no local para acompanhar as negociaçõesque visam à liberação dos servidores. APolícia Federal também enviou agentes para Manicoré.