TJ divulga defesa de juíza acusada de estar em relatório da PF

07/05/2007 - 19h58

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A juíza Sônia Maria Garcia, da 4ª Vara de Família de SãoGonçalo, município da Região Metropolitana, dissenão compreender como poderia estar envolvida com os contraventores presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Furação. As informações são do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).Segundo divulgado hoje (7) pelo jornal O Globo, elaconsta no relatório da PF, em gravações telefônicas feitaspela PF durante a operação. Conforme a notícia, ela foi gravadaconversando com o policial civil Marco Antônio Bretas, o Marcão, queestá preso, acusado de intermediar propinas entre a Associação dosBingos do Rio de Janeiro e servidores públicos, incluindo policiais ejuízes. As informações de O Globo não foram confirmadas pela Polícia Federal ou pelo TJ-RJ.A juíza disse que nunca trabalhou com contravenção enem deferiu liminares que autorizassem o funcionamento de caça-níqueise bingos. A juíza admitiu, segundo a assessoria do TJ, conhecero policial Marcos, mas disse que a relação era de amizade. Tambémafirmou que nunca soube nada a respeito do envolvimento de Marcos comcontraventores.Sônia Garcia, segundo o TJ-RJ, disse que há quase cinco anos atua em varas de famíliae gostaria de entender de que forma poderia estar beneficiandocontraventores sem estar numa vara competente para isso. O TJ-RJ afirmou que irá aguardar a conclusão do inquérito da PF para definira situação da juíza. Após o fim das investigações, poderá ser aberto um processo no Conselho da Magistratura do tribunal, tanto porpedido do Ministério Público Federal, quanto por iniciativa dopresidente do TJ, José Carlos Murta Ribeiro. Até o final do processo, a juíza Sônia Maria poderá continuar desempenhando suasfunções normalmente.De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, a juízaestá de licença médica desde o dia 3 de maio. Em sua defesa, ela lembrou, segundo o TJ, quetrabalhou por cerca de três anos na 1ª Vara Criminal de Bangu, cujacompetência é para julgar crimes de homicídio e crimes comuns. Lá,realizou interrogatórios de traficantes dentro do presídio e autorizouinúmeras interceptações telefônicas. Por causa disso, recebeu ameaçasde criminosos e foi elogiada no tribunal.Segundo o TJ, em 2002, a juíza foi para a 1ª Vara de Famíliada Pavuna e, em dezembro de 2005, para a 4ª Vara de Família de SãoGonçalo.