Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os resultados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) sobre o pensamento da juventude católica em relação a sexualidade preocuparam a igreja Católica. De acordo com o arcebispo de Palmas (TO) e integrante da Comissão de Evangelização da Juventude da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, dom Alberto Taveira Corrêa, os números representam um desafio novo para a Igreja Católica brasileira.“Se nós chegamos à conclusão de que um numero tão grande de jovens diz que é de acordo com coisas que não correspondem à orientação moral da igreja, maior é o nosso desafio, mais nós temos que assumir essa responsabilidade de evangelização, de chegar com a nossa palavra e com o anúncio do Evangelho aos jovens”, avaliou.No entanto, o arcebispo disse que os dados apresentados pelo Ibope não correspondem ao que os religiosos constatam no convívio paroquial com os jovens. “Nós temos os dados da convivência pastoral que nos mostram que os jovens, quando fazem a experiência do seguimento de Jesus começam a descobrir que o melhor é viver na santidade, na virtude, e não em uma espécie de libertinagem como às vezes o nosso mundo hoje pode oferecer”, disse dom Alberto. Ele também afirma que o ensinamento moral da igreja não se modifica a partir das pesquisas de opinião, pois é consequência de uma experiencia secular de reflexão sobre o valor das pessoas.A pesquisa foi realizada entre novembro de 2006 e janeiro de 2007 e ouviu 1.268 jovens católicos em 315 municípios brasileiros. Os pesquisadores constataram que 88% dos entrevistados acreditam que uma pessoa pode usar métodos anticoncepcionais e continuar sendo boa católica, outra prática não aprovada pela igreja católica. Também foi verificado que 81% concordam que jovens com menos de 18 anos tenha o direito de ter acesso à camisinha e outros métodos anticoncepcionais sem a autorização dos pais.