Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado hoje (24), não foi discutido com a sociedade civil, criticam entidades da área de educação. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação e a Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) dizem ter pedido audiências com o ministro da Educação, Fernando Haddad, e não teriam sido recebidos.“Nossa preocupação é que o governo não feche os espaços de participação”, alerta o coordenador da campanha, Daniel Cara. "O protagonismo dos educadores e estudantes poderia fazer com que o Plano tivesse uma grande legitimidade”, defende a presidente da CNTE, Jussara Dutra Vieira. "Quando a sociedade civil participa o resultado é melhor”, ressalta Cara.Além da falta de participação, a preocupação da Campanha, formada por cerca de 50 entidades da sociedade civil, avalia que o Plano deveria se preocupar mais com a garantia da qualidade da educação. E não apenas com o cumprimento de metas. “Uma escola que cumprir com as metas é considerada boa. Para nós, a escola deve proporcionar uma educação para a cidadania”, afirma o representante.Ele exemplifica que se verificou, em muitas das escolas onde foram instalados computadores, que “o desempenho não melhorou. Isso significa que não estão sabendo utilizá-los como mecanismo educacional importante e pedagógico. Os professores não estão habilitados para trabalhar com a informática”.As metas só valem, segundo Cara, se outras três questões estiverem relacionadas: formar o cidadão para a cidadania, para o mercado de trabalho e para que aja de maneira plena na sociedade. “O plano trata do estímulo à busca do conhecimento através da competição. A princípio não é ruim, mas não é só isso que determina uma boa escola”, afirma.