Bahia abre conferência para discutir geração de empregos e trabalho decente

24/04/2007 - 21h09

Grazielle Machado
Da Agência Brasil
Brasília - Ogovernador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou hoje (24), na abertura da Conferência Estadual do Trabalho Decente, transmitida via Internet, que "o trabalho digno é capaz de promover a inclusão social e não basta apenas investir na criação de empregos: é necessário criar melhores condições de trabalho". O governo baiano firmou parceria com a OrganizaçãoMundial do Trabalho (OIT) para tentar gerar mais empregos e eliminaros trabalhos escravo e infantil no estado. A conferência discute alternativas para a geração de geração de empregos e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Jaques Wagner tambémse mostrou preocupado com as áreas de cultura e esporte: "Queremospromover a inclusão social na Bahia por meio do trabalhodecente. O esporte é uma érea que nospreocupa, por ser uma área de inclusão. O Brasil foicitado pelo relatório da OIT como exemplo no combate aotrabalho escravo e esse combate precisa ser incorporado por toda a máquina pública". A OIT define como decente um trabalhoadequadamente remunerado, exercido em condições deliberdade, eqüidade e segurança, capaz de garantir umavida digna. Adiretora da Organização no Brasil, Laís Abramo, que também participou da abertura daConferência, explicou que esse conceito surgiu como umaresposta à precariedade das condições de empregohoje, "um problema mundial e nãoapenas do Brasil". E acrescentou: "é qualquer atividade específica devidamenteremunerada e que supra as necessidades básicas de lazer,educação, alimentação e moradia, além de ser um trabalho livre de discriminação”. Segundoos dados apresentados por Laís Abramo, a América Latinaprecisaria crescer 5% ao ano para resolver o problema da falta detrabalho. A OIT aponta que de cada dez empregos gerados na região, sete estão no mercado informal. Osecretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, defendeu a busca de condições mais dignas de trabalho e a união para que as açõesapresentem os resultados esperados. “A taxa de desemprego total naBahia é de 38,7%. Existe uma diferença de 14 pontospercentuais entre a taxa de mulheres negras e a de brancas empregadas,o que reforça a existência da desigualdade emnosso estado. Também temos dois grandes problemas na Bahia: otrabalho escravo e o infantil”, afirmou. Amanhã(25), durante a segunda rodada de debates, vários setores da sociedade discutirão as futuras ações práticaspara resolver as questões trabalhistas no estado.