Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) deve julgar hoje (24), em sessão plenária,às 19 horas, a representação que investiga acompra de dossiê contra políticos tucanos nas eleiçõesde 2006.Na ação,a coligação Por um Brasil Decente, que apoiou ocandidato derrotado à Presidência da RepúblicaGeraldo Alckmin (PSDB), alegou que o dinheiro encontrado com oempresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos, US$248,8 mil e R$ 1,168 milhão, seriam usados para adquirir odossiê com o objetivo de prejudicar o tucano na disputapresidencial. Para os tucanos, o presidente Lula teria cometido abusode poder durante o episódio.O dossiê continhadenúncias de que o atual governador de São Paulo, JoséSerra (PSDB), estava envolvido no esquema quando era ministro daSaúde do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.A representaçãohavia sido protocolada no TSE em 18 de setembro de 2006, dois diasapós os petistas Valdebran e Gedimar serem presos em flagrantenum hotel em São Paulo. Câmeras de segurança dohotel flagraram o então coordenador da campanha do senador doPT, Aloízio Mercadante, ao governo de São Paulo,Hamilton Lacerda, levando o dinheiro a Valdebran e Gedimar. Segundo aPolícia Federal, que efetuou a prisão, eles sãoacusados de tentar comprar o documento do empresário LuizAntonio Vedoin, apontado pela CPI dos Sanguessugas como líderde um esquema de compra e venda de ambulâncias superfaturadas.Depois de quase 100dias de investigação, a Polícia Federal em MatoGrosso indiciou cinco acusados de participar da venda do dossiê.Além de Valdebran, Gedimar e Hamilton, foram indiciadosMercadante e o tesoureiro da sua campanha, José GiácomoBaccarin. Acusados de serem os mentores da negociaçãocom Vedoin, o ex-coordenador da equipe de inteligência dacampanha à reeleição de Lula Jorge Lorenzetti, ointegrante da campanha de Lula Oswaldo Bargas e o ex-diretor do Bancodo Brasil Expedito Veloso, não foram enquadrados em nenhumcrime.Além de Lula,estão entre os réus da representação dostucanos o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos,o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, e o ex-assessor daPresidência da República Freud Godoy.No último dia12, Mercadante foi inocentado de envolvimento no episódio peloSupremo Tribunal Federal (STF). O pedido de indiciamento foiarquivado. O Supremo também suspendeu a açãopenal contra Baccarin.