Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cem agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) especializados no combate ao crime começaram atuar hoje (24) nas rodovias federais que cortam a região metropolitana do Rio de Janeiro.Eles integram a Operação Centurião, deflagrada em resposta ao pedido de reforço à segurança do estado, feito na semana passada pelo governador Sérgio Cabral ao Ministro da Justiça, Tarso Genro. Além de coibir crimes como tráfico de drogas, de armas, de munições e de seres humanos, os policiais - que vêm de núcleos de Operações Especiais da PRF de 11 estados - vão atuar no combate a roubos de veículos e passageiros de ônibus e falsas blitze, que ocorrem com freqüência na região metropolitana do Rio. Em fevereiro deste ano, cerca de 2,5 mil roubos de veículos foram registrados na área.Os agentes formarão barreiras em pontos estratégicos das rodovias BR 040 (trecho Rio–Juiz de Fora); BR 101 (trecho Niterói-Manilha); BR 116 (trecho Presidente Dutra que liga o Rio a São Paulo); e Ponte Rio-Niterói. A ação está sendo coordenada pela Divisão de Combate ao Crime, unidade com sede em Brasília, que atua no Rio desde dezembro de 2006.De acordo com o inspetor André Luiz Azevedo, da assessoria de Comunicação da PRF no estado, o objetivo é fazer um cinturão de segurança em toda região metropolitana do Rio, para promover a redução dos índices de criminalidade e transmitir sensação de segurança à população.“A idéia é que haja uma presença maior de policiais na região para evitar que ocorram tantos crimes, como os roubos a veículos, registrados principalmente na zona norte da cidade, mas que acabam irradiando para as rodovias federais”.Segundo ele, a Operação Centurião também é um preparo para a atuação dos policiais durante os Jogos Pan-americanos. Azevedo diz que a aclimatação é necessária porque o trabalho no estado apresenta condições atípicas em relação a outras unidades da federação.“O Rio já foi uma capital federal e, por isso, todas rodovias federais convergem para o centro da cidade. Quando há um problema de violência no centro, ele acaba irradiando para as rodovias federais, principalmente na parte metropolitana", observou. "Então, o policial rodoviário federal que atua na zona urbana do Rio tem uma atuação muito semelhante à do policial militar: é uma situação de combate ao crime quase que instantâneo, bem diferente de situações de policiamento em outros estados onde a polícia rodoviária trabalha com características de patrulhamento mais rural e com fluxo de veículos menor”.Azevedo informou que o Rio de Janeiro é o estado com maior fluxo de veículos por quilômetro em rodovias federais do país e lembrou que só na ponte Rio-Niterói circulam cerca de 120 mil veículos por dia.Para o inspetor, as peculiaridades exigem cada vez mais o trabalho diferenciado e o treinamento especializado dos agentes. “A tendência é que a policia rodoviária tenha que se especializar cada vez mais e setorizar mais o trabalho, além de diferenciar uma ação de combate ao crime específica com pessoal capacitado somente para isso e uma ação voltada para a repressão às infrações de trânsito. A polícia tem intenção de que todos os agentes possam atuar nas duas frentes”Um treinamento para capacitar policiais rodoviários do estado começou na semana passada. Até o final de junho, cerca de 400 agentes vão receber a formação específica. A expectativa da PRF é que até o Pan, que se realiza em julho, os 800 policiais que compõe o efetivo do estado tenham passado pela capacitação.