Líderes do PRB anunciam indicação de Mangabeira Unger para nova secretaria

24/04/2007 - 17h03

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os dirigentes do PRB anunciaram hoje (24), depois de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente José Alencar, a indicação do filósofo Roberto Mangabeira Unger para uma futura secretaria, com status de ministério, que cuidára de ações de longo prazo para o governo. Formado em Direito no Rio de Janeiro, também estudou, a partir da década de 1970, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde leciona até hoje. Unger também é vice-presidente do partido.A nova secretaria deve comandar o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e elaborar ações estratégicas para o desenvolvimento de longo prazo do pais, segundo o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). "A idéia é que a secretaria ocupe o que antes era feito pela secretaria de [Luiz] Gushiken. A diferença é que agora o Ipea vai ficar subordinado a ela", afirmou o parlamentar em referência ao Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), comandado por Gushiken após sua saída da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom).O convite para que o PRB assumisse a secretaria partiu de Lula e não resulta de pressão por cargos na reforma ministerial, segundo o presidente do partido, Vitor Paulo Araújo dos Santos. "Em momento algum, o PRB se sentiu desprestigiado na reforma ministerial, nunca procuramos o presidente para pleitear cargos. Ele decidiu convidar o partido, propor esse processo de pensar o país. Partiu do presidente o convite", enfatizou.A expectativa dos dirigentes do partido é que, no início de maio, Mangabeira Unger possa assumir a secretaria. Mangabeira não participou da reunião por estar no exterior, cumprindo compromissos profissionais. Durante a crise política, ele fez críticas ao governo Lula. Segundo Crivella, o desenrolar do caso fez o filósofo mudar de idéia e aceitar o convite do presidente."Naquela época, parecia ser um consenso que a crise chegaria até o presidente, e não chegou. Não chegou, nem passou perto. Portanto, o Mangabeira, como grande parte da população brasileira, mudou de idéia, concluiu que o presidente não tem nada a ver com essa crise que atingiu grande parte do setor político", explicou o senador.