Beatriz Mota e Vladimir Platonow
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, confirmou hoje (16) que iniciará neste ano o projeto de urbanização da favela da Rocinha, retomando a parceria firmada na gestão anterior com o governo federal. A Rocinha é considerada a maior favela da América Latina, com cerca de 100 mil moradores, e a reforma prevê a construção de ruas, avenidas, praças e novos prédios. De acordo com a assessoria de comunicação do governo estadual, as cerca de 10 mil pessoas que tiverem suas casas demolidas para dar espaço às obras não vão sair da Rocinha, pois serão construídos edifícios no mesmo lugar. Cabral participou do Encontro Estadual de Habitação e Regularização Fundiária, com prefeitos fluminenses e o ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida. E explicou que o projeto de urbanização da Rocinha previa a liberação de R$ 60 milhões do governo federal, com uma contrapartida de R$ 12 milhões do governo estadual, o que acabou não acontecendo no ano passado.“O governo federal vai reeditar a medida provisória, nós vamos estabelecer a contrapartida, os recursos vão ser liberados e, a partir da liberação, começar a trabalhar na Rocinha, que terá o projeto urbano e será um precedente muito positivo para as demais comunidades carentes do Rio de Janeiro”, disse. O ministro Márcio Fortes de Almeida informou que no dia 22 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará medidas para acelerar o crescimento do país. E que elas incluem recursos para habitação e saneamento no estado. “Há muitos projetos importantes no Rio de Janeiro. Na habitação temos que pensar na situação delicada de assentamentos precários nas favelas”, disse. O projeto de urbanização prevê a construção de creches, unidade pré-hospitalar, pousada, centro de convenções e uma fábrica de módulos pré-moldados em argamassa, que empregarão moradores da favela. Para limitar a expansão horizontal da Rocinha, será construído um anel viário em torno da comunidade. O custo projetado é de R$ 200 milhões e obra está prevista para durar oito meses.No encontro, o governador e o ministro assinaram o termo de adesão do Rio de Janeiro ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), que possibilitará a participação do estado no processo seletivo para receber recursos do Fundo Nacional de Habitação de 2007. Também foi firmado um acordo de cooperação entre o Instituto de Terras e Cartografia (Iterj), a Defensoria Pública e a Associação de Prefeitos do Rio, com o objetivo de acelerar a regularização fundiária no estado.