Renato Brandão e Marli Moreira
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - O nível de emprego na indústria de transformação paulistacaiu 2,48% em dezembro último, com o fechamento de 52 mil postos de trabalho, eencerrou o ano com a taxa negativa de 0,26%, queda de 5 mil vagas. Ao longo doano, entre os setores que mais efetuaram cortes de pessoal estão o deprocessamento de couros (-16,89%), montadoras de automóveis (-3,18%), materialeletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações (-2,76%) e dealimentos e bebidas (-2,12%). Francini admitiu que o recuo “surpreendeu”, jáque era esperado um crescimento, ligeiramente positivo, de 0,5%.Desde 2000, esse foi o primeiro índice negativo apurado pelaFederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), segundo PauloFrancini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon)da entidade. O resultado, de acordo com a Fiesp, não pode ser comparado aosdemais anos anteriores, exceto 2005, quando houve mudança na metodologia decoleta e cálculo de dados. Na análise do diretor da Fiesp, o ritmo da atividade nosetor é um pouco o reflexo do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e damanutenção da desvalorização do dólar, que facilitou a entrada de produtosfabricados fora do país. “O resultado mostra fraco desempenho da indústria detransformação, que acompanha o fraco desempenho do PIB”, afirmou.“As nossas exportações têm crescido mais em áreas voltadasàs commodities (produtos agrícolas cotados no mercado internacional), quecarregam consigo poucas ofertas de emprego, enquanto crescem por outro lado asimportações de produtos em setores que carregam muitos empregos”, apontouFrancini. O diretor argumentou ainda que o segmento de bens intermediários é umdos que mais sofrem com a concorrência externa. Para este ano, ele não vê possibilidades de mudançassignificativas no cenário das contratações de empregados. “Não é serpessimista, e sim realista”, reagiu ao justificar a projeção de que não háindicadores de “um crescimento vigoroso em 2007”.