Mariana Schreiber
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O abastecimento de água no município de Laje do Muriaé, no noroeste do estado, já foi normalizado pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). A informação foi dada pela assessoria da Cedae. A distribuição de água estava suspensa desde quinta-feira (11), quando a lama de bauxita que vazou de uma barragem no rio Muriaé, em Minas Gerais, atingiu o município fluminense. Nesse período, os 5 mil moradores de Laje do Muriaé receberam água em carros-pipa fornecidos pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais. A lama também atingiu os municípios fluminenses de Italva, Cardoso Moreira, Itaperuna e Campos, nos quais a Cedae não precisou cortar o fornecimento de água. No entanto, dois distritos de Itaperuna – Retiro do Muriaé e Comendador Venâncio – abastecidos por estação de tratamento da prefeitura, estão com serviço de água suspenso. Os cerca de 10 mil moradores recebem água em carros-pipas da prefeitura e da Cedae.Segundo o prefeito de Itaperuna, Jair Bittencourt, mesmo onde o abastecimento de água não foi suspenso, a população foi obrigada a economizar água. “A poluição elevada da água obrigou a Cedae a intensificar o tratamento, o que diminuiu a capacidade de distribuição. Nós realizamos campanha pedindo para a população poupar água. Já a nossa estação, que abastece dois distritos, não tinha capacidade de tratar a água tão poluída”, explicou Bittencourt. Os municípios atingidos pelo vazamento da lama de bauxita discutem um pedido conjunto de indenização pelos danos causados pelo desastre ambiental. O prefeito de Itaperuna manifestou preocupação com as conseqüências para a economia local: “Ainda estamos calculando o prejuízo, mas, sem dúvida, o setor rural é o mais prejudicado. Quando há esse tipo de desastre, o Ministério da Agricultura proíbe dar a água para o gado beber ou usar para irrigação. Além disso, a recorrência destes acidentes acaba afastando novos investidores”. A Cedae entrou ontem (15) na Justiça com um pedido de indenização contra a empresa Rio Pomba Cataguazes, responsável pela barragem que rompeu, causando o desastre ambiental. O presidente da Cedae, Wagner Victer, calcula que o acidente tenha causado prejuízo de mais de R$ 1 milhão à companhia.