Campanha alerta para o aumento do risco de doenças cardíacas entre as mulheres

16/01/2007 - 20h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostra que300 mil mortes ocorrem anualmente no Brasil por doenças cardiovasculares, comdestaque para as mulheres, que  alcançam 141 óbitos por 100 milhabitantes. O cardiologista Hans Dohmann, membro da entidade e dirigenteda organização não governamental Huma, voltada para o desenvolvimento detecnologia para a área da saúde,  disse hoje (16), em entrevista à AgênciaBrasil, que “a pesquisa reflete bem a realidade do país, mostrando que hámuito trabalho a ser feito para melhorar os cuidados cardiovasculares dapopulação brasileira”.Dohmann informou que a taxa de mortalidade vem semantendo estável nos últimos anos, mas o índice de mortes por doençascardiovasculares entre as mulheres aumentou cerca de seis vezes na décadarecente. Ele ressaltou que a mortalidade corrigida pelo número de habitantes émaior entre as mulheres em países em desenvolvimento, como o Brasil, do que noprimeiro mundo. Em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Riode Janeiro (Firjan), a ONG Huma lançou uma campanha preventiva dirigidaprincipalmente às mulheres, alertando  sobre o risco das doençascardiovasculares. A iniciativa aproveita a realização da feira de moda FashionRio, que acontece até a próxima sexta-feira, no Rio.   O cardiologista observou que a mulher, erroneamente, pensaque sua principal causa de morte é o câncer de mama e outros cânceres quando, naverdade, “a principal causa de morte entre as mulheres são as doençascardiovasculares”. Levantamento efetuado pelo médico revela que as doenças docoração vitimam no Brasil dez vezes mais mulheres do que os males relacionadosao câncer e à aids.Hans Dohmann disse que a campanha, que a Huma e o SistemaFirjan querem manter, visa conscientizar a mulher do risco cardiovascular queela tem. Somente no estado do Rio de Janeiro, o número de mortes demulheres  por doenças cardiovasculares atinge 33 mil por ano. “Osresultados do estado do Rio estão dentro de um padrão nacional”, informou omédico do Huma.Hans Dohmann lembrou que o fumo é um fator de risco para osurgimento das doenças cardíacas também entre as mulheres. Outro fator quefavorece esse tipo de doença é o colesterol alto. “O que as mulheres têm queter consciência é que a doença nelas surge mais tardiamente, mais para aterceira idade. E a importância dela se prevenir desde idades mais jovensé exatamente para  não colher esse fruto ruim quando vem o período damenopausa”, recomendou.O cardiologista disse que as recomendações de emagrecer,controlar o diabete, reduzir o colesterol, não fumar, praticar atividadesfísicas, que dão uma vida saudável ao coração, valem também para as mulherescom igual ou mais intensidade do que para os homens.