Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Reduzir a evasão no ensino superior, com currículos flexíveis que permitamao aluno escolher disciplinas de diferentes áreas, de acordo com vocação einteresses pessoais. Essa é a proposta do diretor do Departamento deDesenvolvimento da Educação Superior do Ministério da Educação, ManuelPalácios.“A evasão no ensino superior é muito acima do que seria razoável. Nossoscálculos para as instituições federais é de 35%. Essa taxa têm váriasexplicações. Uma das principais é que a grade curricular é muito rígida, o quenão permite ao jovem fazer correções de rumo, mudar escolhas”, afirmou Paláciosem entrevista à TV Nacional.Palácios citou como exemplo a Universidade Federal da Bahia e a Universidadede Brasília (UnB) que estudam a criação de grades curriculares flexíveis. “Sequisermos uma educação superior que seja capaz de atender a um número maior dejovens, o que é o nosso desejo, precisamos de uma estrutura acadêmica quefavoreça o estudante a construir uma trajetória pessoal de formação”, disse.Segundo Palácios, essa formação poderá facilitar a colocação deprofissionais no mercado de trabalho. “Há poucos empregos claramente associadoscom a formação tradicional das universidades. Mas existe uma demanda imensa porprofissionais qualificados. O profissional precisa se formar com competênciapara trabalhar em diferentes áreas”, afirmou.Para isso, Palácios sugere que até a estrutura física das universidades sejaalterada com mais espaço para reuniões e debates, como anfiteatros, e ampliaçãode bibliotecas. “Uma característica desse tipo de reforma é reduzir o peso dasala de aula na formação do estudante. Você não tem como programa de estudosapenas assistir aula. Essa também é uma mudança importante que se pretendeestimular”, enfatizou.“Se não mexer nisso vai continuar existindo uma imensataxa de evasão tanto nas instituições particulares quanto nas públicas”.