Ex-chefe de Polícia Civil do Rio nega envolvimento com esquema de caça-níqueis

23/12/2006 - 0h49

Mariana Rozadas
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual eleito (PMDB) do Rio,Álvaro Lins, se defendeu, nessa sexta-feira (22), das acusações do Ministério Público Federal. O delegado está sendoapontado como chefe do esquema de exploração de jogos em máquinas caça-níqueis, que envolveria outras 43pessoas denunciadas pela Operação Gladiador, iniciada no último dia 15.ÁlvaroLins negou qualquer envolvimento, além da relação profissional, com osdemais acusados. Além disso, afirmou que não entende o motivo de continuar sendoinvestigado. “Não quero contato com bandido, nem com policialbandido. Com nenhum deles. Eu me sinto traído, na medida em que usam omeu nome e a proximidade comigo. E até agora, eu não consegui enxergaro que justifica estarem me chamando de líder de uma quadrilha. Eu nãoaceito essa colocação e vou rebater enquanto puder e enquanto tiverforças”, disse Lins.Segundo ele, o fato de o repórter da TVGlobo Messias Xavier ser suspeito de envolvimento com a quadrilha não émotivo para colocar seus chefes também como suspeitos. “Ofato de alguns policiais serem acusados de envolvimento com a máfia doscaça-níqueis não significa que o chefe de polícia também estivesse”,afirmou Lins.O deputado eleito procurou justificar sua apariçãoem imagens e escutas telefônicas que estão sendo usadas como prova de relação com o esquema, alegando erro de interpretação por parte doMinistério Público. Segundo Lins, a entrevista concedida ontem aosjornalistas não era uma “defesa”, mas um “recurso”, umavez que a imprensa já o havia condenado diante da opinião pública nosúltimos dias.