Parlamentares terão que manter gastos nos seus limites orçamentários, diz Mantega

14/12/2006 - 23h10

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou hoje (14) que foi pego de surpresa pela informação de que os parlamentares aumentaram os seus próximos salários em 91% e passarão a receber R$ 24,5 mil. Por isso, afirmou não ser possível ainda avaliar o efeito do aumento nos gastos públicos.Por outro lado, o ministro disse que os parlamentares terão que manter os gastos dentro dos seus limites orçamentários. "Não sei qual é o impacto dessa medida adotada pelo Congresso. Também não sei de que maneira eles vão financiar. Eles têm que oferecer o espaço orçamentário", comentou, ao lembrar que uma possibilidade é diminuir as verbas de gabinete.Mantega afirmou que não há como interferir na decisão do Legislativo, porque existe uma autonomia entre os três poderes, mas caso o aumento extrapole o orçamento do Congresso, o governo não vai aumentar os recursos previstos no Orçamento Geral da União. "É obvio que esse aumento de despesa tem que ficar confinado ao limite de gastos que foi atribuído ao Legislativo", disse.Indagado sobre uma possível equiparação do salário dos ministros ao dos parlamentares, Mantega respondeu que "seria excessivo ter um salário dessa magnitude".O ministro confirmou para a próxima quinta-feira (21) o anúncio do conjunto de medidas para impulsionar o crescimento econômico a partir de 2007. Farão parte desse conjunto medidas de contenção de gastos do governo, desoneração de impostos e incentivo aos investimentos em infra-estrutura. "Haverá um programa fiscal de longo prazo, estabelecendo regras muito claras pelas quais os principais gastos do governo serão reajustados. Não é um arrocho, não é uma redução. Porém é um limite para o crescimento dos gastos", afirmou.