Vice-presidente da CPI diz que apuração sobre Executivo foi insuficiente

14/12/2006 - 15h40

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas teve o relatório aprovado por unanimidade, mas seu vice-presidente deputado Raul Jungmann (PPS-PE), gostaria que as investigações tivessem avançado no plano do Poder Executivo e também sobre a tentativa de compra de um dossiê quem envolveria tucanos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento.Jungmann foi um dos parlamentares que defendeu prorrogação dos trabalhos até o fim da legislatura em 31 de janeiro. “Não estou satisfeito porque eu queria a prorrogação e que a gente chegasse sobretudo a autoria do dossiegate e também avançasse na questão do Plano do Executivo. A do plano do Legislativo foi satisfatório”, disse Jungmann. "Agora por falta de tempo, por falta de apoio sobretudo dos grandes partidos aqui dentro e também pela ineficácia do presidente do inquérito da Polícia Federal, Diógenes Curado, que fica andando em círculos, quando não obstruindo a investigação, nós não conseguimos avançar mais.”O presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), acredita que um trabalho “completo e final” não foi atingido, mas disse que nas atuais circunstâncias a aprovação foi o melhor.“É lógico que um trabalho absolutamente completo e final não foi atingido, especialmente pelas razões que todos colocaram: período eleitoral, o fim da legislatura. Eu várias vezes afirmei se nós tivéssemos não em 2006 com a legislatura terminando em 31 de janeiro de 2007, mas em 2005, eu defenderia que esta CPMI se estendesse por mais um ano evidentemente."Segundo Biscaia, se fosse em um ano anterior a comissão poderia chegar a ponta de diversos "tentáculos" do Poder Executivo nos municípios e assim por diante. "Mas o tempo é esse. Não há condição de ultrapassar o fim da legislatura. Dentro dessas circunstâncias o trabalho foi vitorioso.”Para o presidente da CPMI, se a votação do documento final ficasse para a semana que vem, haveria uma “possibilidade muito concreta” do relatório não ser votado. No relatório parcial da CPI apresentado em 10 de agosto, a CPMI apontou o envolvimento de três senadores e 69 deputados no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. No Senado, Magno Malta (PL-ES) e Serys Shlessarenko (PT-MT) foram absolvidos. Sobre o senador Ney Suassuna, foi concluído que ele não obteve vantagem com a execução das emendas e foi aprovada advertência verbal. Na Câmara, foram instaurados 67 processos. Nenhum foi julgado.