Suspensão do leilão de áreas exploratórias não afetará metas até 2015, diz presidente da Petrobras

14/12/2006 - 19h00

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou hoje (14) que as liminares judiciais que levaram à suspensão da 8ª Rodada de Licitação de áreas exploratórias "perturbaram o setor petrolífero e não foram boas para a atividade no país". Mas não deverão afetar as metas da estatal no curto prazo, nem o objetivo traçado no Plano Estratégico até 2015, acrescentou. "As descobertas atuais são suficientes para garantir a produção planejada, mas a suspensão do leilão acusou uma perturbação no processo que não é boa. A Petrobras tem um apetite exploratório bastante grande e para o longo prazo é necessário ampliar as áreas da empresa, como aliás de todas as outras empresas", afirmou. Gabrielli admitiu, porém, que a decisão da Justiça foi ruim empresarialmente para o setor e para os investimentos. “Mudança de regras não são boas. A interrupção do leilão não afeta o cumprimento das metas estabelecidas no curto prazo e ainda haverá a 9ª Rodada, há como corrigir o rumo", avaliou. Entre as metas da estatal está o investimento de US$ 2,2 bilhões no exterior, em 2007. Desse total, 36% serão destinados à América Latina, 24% ao Oeste da África, 22% aos Estados Unidos e 18% ao restante dos países onde a Petrobras atua atualmente. O Plano Estratégico inclui atividades no Equador e segundo Gabrielli, a meta é ampliar a presença no país, apesar das declarações do presidente eleito Rafael Correa favoráveis à nacionalização do setor petrolífero. "Essa é uma área de risco e quem não quiser correr risco deve sair do negócio. Pretendemos visitar o presidente logo após a posse", disse. Sobre a construção de uma refinaria em sociedade com a estatal venezuelana PDVSA, para processar petróleo brutode Campos e da Venezuela, o presidente da Petrobras informou o acordo "está andando normalmente e na semana passada reafirmamos nosso interesse à PDVSA. Mas temos um processo longo de negociações pela frente, como é normal nesses casos. Não há prazo para o entendimento, mas a meta é iniciar a produção em 2011".Gabrielli também comentou a possibilidade de novos investimentos na Bolívia, agora em fase dereavaliação por parte da estatal brasileira: “Nós achamos que o contrato assinado com a YPFB,aprovado pelo Congresso boliviano, dá uma rentabilidade que permite a análise de novos projetos no país. Temos um prazo de quatro meses para analisar essa possibilidade, mas só vamos investir se o retorno for superior a 15%". Essa retomada de investimentos na Bolívia, ressaltou, não afetará os planos de auto-suficiência na produção de gás natural: "Em nenhum momentopensamos em alterar o nosso planejamento estratégico".