Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 100 coordenadores estaduais e municipais de saúde das regiões Sul e Sudeste discutem em São Paulo estratégias de implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, no Seminário Macrorregional em Saúde da População Idosa. O encontro começou na manhã de ontem (13) e será encerrado na tarde de amanhã (15).O seminário é promovido pelo Ministério da Saúde, que realizou evento semelhantes em Brasília e Recife. Seu principal objetivo é discutir ações que fortaleçam e aperfeiçoem a assistência prestada aos idosos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – dentre as quais, a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e o Caderno de Atenção Básica em Envelhecimento e Saúde.A Caderneta do Idoso foi criada para fazer um melhor acompanhamento da saúde dos idosos brasileiros. Ela reunirá informações e avaliará os riscos de saúde de cada paciente. “A caderneta de saúde vai possibilitar não só ao idoso o acompanhamento melhor de seu estado de saúde, mas principalmente para os profissionais de saúde e para a família do idoso identificar situações de risco que possam estar contribuindo para que o envelhecimento seja mal-sucedido”, disse à Agência Brasil José Luiz Telles, coordenador da Área Técnica de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde.Ele informou que, em uma primeira etapa, o Ministério da Saúde distribuirá 5 milhões de exemplares aos idosos cadastrados no Programa Saúde da Família (PSF) em capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. A meta nos próximos anos é que todos os idosos brasileiros tenham sua caderneta. “O sucesso desta primeira etapa será pré-requisito para a ampliação deste programa”, afirmou. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 17,7 milhões de idosos.Já o Caderno de Atenção Básica em Envelhecimento e Saúde é parte da agenda da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e prevê a capacitação de médicos e enfermeiros para o atendimento no Sistema Único de saúde (SUS). O caderno disponibilizará informações aos profissionais de saúde que pretendem se especializar em atender pessoas com mais de 60 anos.Para o coordenador do Ministério da Saúde, o caderno ajudará a orientar esses profissionais a receber um conhecimento ausente nas faculdades do país. ”Os conteúdos nos currículos ainda são muito tímidos, e o profissional sai hoje da faculdade sem saber lidar com uma pessoa com 60, 70, 80 ou 90 anos”, disse.Segundo estudos do ministério, as doenças que mais atingem os idosos são hipertensão (e outras moléstias cardíacas), diabetes, osteoporose e doenças respiratórias que se agravam com gripes e pneumonias. As doenças cerebrovasculares são as que mais matam os brasileiros acima de 60 anos.