Presidente da CUT critica aumento para deputados e pede prioridade para renda da maioria dos brasileiros

14/12/2006 - 18h46

Aline Bravim
Da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, afirmou hoje (14), em entrevista à Radiobrás, que há um exagero no aumento dos salários dos deputados e senadores, decidido nesta quinta-feira por mesas da Câmara dos Deputados e do Senado, e líderes partidários nas duas casas do Congresso Nacional.O salário, que era de R$ 12.847,20 foi para R$ 24.500. De acordo com Artur Henrique, a prioridade deveria ser o salário que envolve a maioria da população brasileira. “Em vez de aumentar o salário mínimo, que atinge mais de 40 milhões de pessoas, aumenta o salário dos deputados. Não tem dinheiro no orçamento para aumentar o salário mínimo, mas tem dinheiro para aumentar os próprios salários”, contesta o presidente.Os próprios deputados decidem sobre o aumento dos salários. Para Henrique, a sociedade deveria participar de forma ativa sob o orçamento público. “Nós defendemos que é preciso ter orçamento com participação social, ou seja, o controle social sobre o orçamento público”, afirma.“É preciso garantir um mecanismo de participação das centrais, dos representantes dos trabalhadores para nós debatermos sobre prioridades do orçamento público, não deixando os próprios deputados e senadores votarem sobre seus respectivos aumentos”, declara Henrique.O novo salário equivale a um aumento de 90,7% nos salários dos parlamentares, mas só começará a valer a partir do dia 1º de fevereiro de 2007, quando será iniciada a nova legislatura com os parlamentares eleitos em 1º de outubro deste ano.