Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse hoje que a equiparação salarial entre parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou num reajuste de 90,7% no salário de deputados e senadores, “está aparentemente descolado” dos salários recebidos pelos trabalhadores. Na sua opinião, este reajuste “está fora de sintonia” com o momento em que o governo busca uma solução para o valor do salário mínimo em 2007.Marinho destacou, entretanto, que os parlamentares tem “a capacidade de enxergar suas dificuldades”. Para o ministro, é difícil avaliar se a equiparação dos salários dos parlamentares com os recebidos pelos ministros do STF “é um absurdo ou está dentro da realidade”.O ideal, acrescentou, é que se chegasse a um equilíbrio entre o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal com a média do que é recebido pelos trabalhadores brasileiros. “Os parlamentares sabem o que estão fazendo e tem co-responsabilidade com o equilíbrio fiscal e com o orçamento. É preciso avançar no processo de continuidade do crescimento econômico com distribuição de renda”, afirmou.Neste sentido, o ministro lembrou a importância da discussão da correção do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPF). A Câmara aprovou, ontem, medida provisória que reajusta a tabela em 3% no ano que vem e mais 3% por cento em 2008. O desafio do governo, do parlamento e da sociedade é encontrar estes reajustes “com equilíbrio”, afirmou.Luiz Marinho esteve no Senado para discutir com o relator da proposta orçamentária para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), os recursos previstos para a sua pasta.