Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A atual "despolitização" das discussões sobre a nacionalização do gásboliviano, decretada no último 1º de maio, é o que possibilita que aPetrobras comece a cogitar novos investimentos no país, afirmou hojeNestor Cerveró, diretor da área internacional da empresa.Um sinal dessa mudança, segundo Cerveró, foram os recentes contratoshomologados pelo Congresso Boliviano, autorizando 12 empresasestrangeiras a operar no país, conforme os novos critérios.Segundo Cerveró, hoje as relações entre as estatais petrolíferas dos dois países (YPFB e Petrobrás) são bem melhores, e as negociações estão sendo conduzidas, pelo lado dos bolivianos, por gente que "conhece o assunto". “Nós tínhamos uma situação, pós 1º de maio, que inviabilizava qualquer novo investimento naquele país. A partir do acordo aprovado pelo Congresso boliviano – e que serviu de norte também para as outras companhias – passou a ser viável a possibilidade de voltarmos a investir lá”, afirmou. Cerveró não soube precisar o volume de investimentos que a Petrobras poderá realizar no país, o que dependerá do andamento das negociações em curso. “A despolitização das negociações em detrimento de uma visão maior de negócio levou ao entendimento e à abertura da possibilidade desta retomada dos investimentos", explicou. "Antes você tinha uma situação inviável economicamente, que só nos permitia pensar em investir o necessário para manter o quadro atual e atender ao mercado brasileiro", disse o diretor. "Agora o quadro é outro, e as condições de rentabilidade dos investimentos nos permitem, e também às outras companhias, retomar investimentos em produção.”A possibilidade de novos investimentos, em face da mudança na situaçãopolítica boliviana, já foi citada pelo ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, logo após encontro dos presidentes LuizInácio Lula da Silva e Evo Morales, semana passada.