Deputado quer esforço concentrado no Conselho de Ética para julgar parlamentares

14/12/2006 - 19h39

Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar daCâmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), anunciou hoje (14) a intenção derealizar um esforço concentrado quarta e quinta-feira (20 e 21) para tentarvotar os processos de cassação de mandato pendentes. Segundo Izar, se preciso serãorealizadas na quinta-feira sessões pela manhã, à tarde e à noite.Hoje foram ouvidos os depoimentos dos deputados EnivaldoRibeiro (PP-PB) e João Magalhães (PMDB-MG), reeleito. Os deputados João Caldas{PL-AL) e Cabo Júlio (PMDB-MG) encaminharam atestados médicos ao conselho parajustificar a impossibilidade de prestarem depoimentos - no caso do Cabo Júlio,foi a segunda vez em que não comparece para depor.Além do deputado João Correia (PMDB-AC), cujo julgamentoestá marcado para quarta-feira às 14 horas, já foram encerradas as fases deinstrução dos processos e poderão ser votadas as representações contra osdeputados: Lino Rossi (PP-MT),  Nilton Capixaba (PTB-RO),  LauraCarneiro (PFL-RJ), José Divino (Sem Partido-RJ), Érico Ribeiro (PP-RS), CaboJúlio (PMDB-MG), Pedro Henry (PP-MT) e Wellington Roberto (PL-PB), os doisúltimos reeleitos.O deputado Eduardo Valverde (PT-RO), relator do processocontra o deputado Enivaldo Ribeiro, um dos que depôs hoje, disse que oparlamentar não o convenceu sobre a origem dos depósitos feitos pelos sócios daPlanan, Darci e Luiz Antonio Vedoin, na conta do deputado (R$ 20 mil) e na doseu chefe de gabinete, Divaldo Soares Júnior (R$ 48 mil).Enivaldo sustentou que o depósito, feito em duas parcelas,foi uma ajuda para a campanha de sua filha, Daniela Ribeiro, candidata avice-prefeita de Campina Grande (PB), embora os recursos não tenham sidocontabilizados.Já o deputado João Magalhães colocou à disposição doconselho seu sigilo bancário para provar sua inocência e negou ter recebidoqualquer pagamento dos donos da Planan ou negociado com os sócios da empresaqualquer emenda parlamentar. O deputado admitiu ter conhecido e recebido no seugabinete Darci e Luiz Antonio Vedoin, mas, segundo o parlamentar, eles apenasmostraram “folders” de divulgação da empresa, “mas não houve negociação nememendas parlamentares”.