Deputado Osmânio Pereira nega acordo com sócios da Planam

13/12/2006 - 22h43

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Osmânio Pereira (PTB-MG) negou hoje (13), em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, ter feito acordo com os sócios da Planam, Luiz Antônio e Darci Vedoin, para receber dinheiro proveniente da compra de ambulâncias a preços superfaturados. O parlamentar foi acusado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas de embolsar uma comissão de 10% sobre o valor de emendas de sua autoria que fossem executadas.Ex-presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Osmânio Pereira disse que todas as emendas dele tiveram licitações sem irregularidades. Ele ressaltou que as empresas vencedoras foram de Minas Gerais, sem vínculo com a Planam, empresa de Mato Grosso acusada de ser a principal operadora do esquema.Osmânio ressaltou que no único contato telefônico dele com os Vedoin, interceptado pela Polícia Federal, recusou-se a executar uma emenda porque o projeto apresentado pela Planam estava com valores acima do normal. O deputado, no entanto, não conseguiu explicar como o número de seu CPF e o de sua conta bancária foram apreendidos no escritório da Planam. Ele negou ainda ter cedido aos Vedoin a senha para acesso no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). A senha seria usada para chegar à base de dados do Ministério da Saúde.Relator do processo, o deputado José Carlos Araújo (PL-BA) afirmou não ter tomado uma posição sobre a veracidade das acusações contra Osmânio.O Conselho de Ética também ouviria hoje o empresário Darci Vedoin e as testemunhas de defesa do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), mas os depoimentos foram cancelados. Darci falaria na condição de testemunha do deputado Lino Rossi (PP-MT), também acusado de ser beneficiário do esquema.Segundo o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), não há nova data para as audiências. As sessões da próxima semana estão reservadas para a apresentação dos pareceres concluídos.