Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE incluirá dados sobre consumo de alimentos

13/12/2006 - 19h32

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ogoverno pretende acompanhar melhor o comportamento alimentar do brasileiro. OMinistério da Saúde fechou convênio com o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) para incluir dados sobre o consumo de alimentos na Pesquisade Orçamento Familiar do ano que vem.Oanúncio foi feito hoje (13) pela coordenadora de Política e Nutrição doministério, Ana Beatriz Vasconcellos. “Essa será uma ferramenta importante naorientação das políticas públicas do governo para a área alimentar”, destacou.Segundolevantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, com base em pesquisas doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o excesso de pesotornou-se problema de política alimentar mais preocupante que a fome.Atualmente, a proporção de brasileiros acima do peso considerado ideal (40%) édez vezes maior que a parcela da população que sofre de desnutrição (4%).Arepresentante do Ministério da Saúde destacou medidas para reduzir os índicesde obesidade, como a regulamentação da publicidade de alimentos ricos em açúcare gordura, em fase de consulta pública na Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa). Ela também ressaltou o desenvolvimento de pesquisas emparceria com as indústrias, para reduzir o teor de sódio nos alimentos.Presente no sal de cozinha e um dos principais responsáveis pelo aumento dapressão sangüínea, o sódio é usado como conservante em diversos produtos.Apromoção da alimentação saudável nas escolas também foi apontada como políticapara reduzir a obesidade nas crianças e nos jovens. Uma portaria conjunta dosministérios da Educação e da Saúde, publicada em abril, instituiu conteúdos deeducação alimentar nas escolas públicas e privadas. Entre as atividadesdesenvolvidas estão aulas de alimentação saudável e o cultivo de hortascomunitárias.ParaAna Beatriz Vasconcellos, por ser um país em desenvolvimento, o Brasil enfrentaproblemas nas duas conseqüências da má alimentação: a desnutrição e aobesidade. “As políticas públicas têm de lidar com essas duas situaçõespresentes hoje na vida do brasileiro, esse é o desafio do Brasil hoje”,afirmou.Naavaliação dela, a criação de políticas transversais dentro do governo éimportante para combater os problemas de alimentação. Ela cita os programassociais, como o Bolsa Família, que distribui dinheiro para famílias com rendaper capita inferior a R$ 120 mensais. “Os programas de transferência de renda,por exemplo, são um dos melhores meios para combater a desnutrição que aindapersiste no país”, disse.Olevantamento divulgado hoje pelo Ministério da Saúde aponta que a desnutrição,apesar de ter caído pela metade nos últimos 30 anos, continua alta entremulheres de regiões mais pobres. Na zona rural da região Nordeste, 7,2% dasmulheres são afetadas pela falta de alimentação – quase o triplo dos 2,8%registrados nacionalmente.