Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília -
Ao término da audiência pública que aconteceu hoje (13),na Câmara dos Deputados, para discutir a crise no sistema aéreo brasileiro, oministro da Defesa, Waldir Pires, voltou a afirmar que o governo está fazendotudo o que é possível para contornar os problemas no setor. “As medidas quetomamos conduzem à regularização do transporte aéreo”, disse. “São medidas delongo e médio prazo”.
Após as declarações do comandante da Aeronáutica, LuisCarlos Bueno, e do presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores emProteção ao Vôo, Jorge Botelho, afastando a possibilidade de novaoperação-padrão na véspera do Natal, Pires procurou tranqüilizar a população."Estamos trabalhando para que os cidadãos possam viajar em paz. Achoque o clima que está sendo estabelecido e as medidas que adotamos vãopermitir isso".
Pela manhã, o ministro já havia detalhado as principaisações do governo desde o início da crise. Segundo ele, controladores aposentadosvoltaram a ser contratados e estão passando por um curso de reciclagem paravoltarem a atuar. Também foram autorizadas a realização de concurso públicopara a contratação de novos profissionais e a transferência de controladores deoutros centros de comando para o Cindacta 1, em Brasília. O Centro Integrado deDefesa e Controle Aéreo de Brasília é o principal do país, sendo responsávelpor 80% do tráfego aéreo nacional, razão pela qual o comando da Aeronáuticaanunciou, na semana passada, que a responsabilidade pelo monitoramento dasaeronaves seria repartida com São Paulo e Rio de Janeiro. Por último, oministro citou o aumento da capacidade de formação de controladores de vôo pelaEscola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP). Pires afirmouque a crise serviu para que as autoridades aéreas concluíssem que não épossível operar o sistema com poucos controladores de vôo, ainda que isto custecaro.
Questionado a respeito do relatório da Polícia Federalsobre o acidente da Gol, que concluiu que erros dos controladores de vôo contribuírampara o choque entre o Boeing e o jato executivo Legacy, o ministro disse aindanão ter conhecimento do seu teor, uma vez que ainda não recebeu cópia dorelatório. Já quanto às conclusões do grupo de trabalho interministerial criadopor determinação do Poder Executivo, Pires disse estar otimista. “Creio que asconclusões serão apresentadas antes do prazo previsto de 60 dias. Embora ogrupo não decida, ele apresenta soluções que, se forem consenso, serão levadaspara o presidente e auxiliarão o governo a tomar as decisões”.
O ministro da Defesa garantiu que não pensa em deixaro cargo e que é um direito de cada um dos que pedem sua saída. “O presidente éque decide sobre isso. Eu estou trabalhando. E creio que ninguém tem o direitode se furtar ao exercício de uma função desta natureza, destaresponsabilidade”.