Energia de usinas térmicas sem combustível só será retirada do sistema após testes

30/11/2006 - 21h36

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor-geral do Operador Nacional doSistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse hoje (30) que continuavalendo a portaria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),determinando a retirada, do sistema, de 2.880 megawatts (MW) de usinastérmicas que não tinham energia para operar porque não recebiam gás.

Chippressalvou que a portaria da Aneel só será aplicada após a realização detestes pelo ONS, previstos para dezembro e janeiro próximos. Nostestes, será apurado o que existe de energia disponível no sistema e sóentão as térmicas poderão ser retiradas.

Pelamanhã, durante seminário em Brasília, o ministro de Minas e Energia,Silas Rondeau, havia afirmado que "se de  um lado estivermosretirando térmicas – e as que não têm lastro certamente sairão –, deoutro lado configura-se um período favorável para os recursos hídricos,o que de certa forma anula o efeito".

Segundoesclareceu a assessoria de imprensa da Aneel, a Resolução nº 237,aprovada na terça-feira (28), determinou que o ONS teria de incluir emseu Programa Mensal de Operação Eletroenergética (PMO) a realdisponibilidade das usinas em termos de geração de energia e a geraçãonão atendida por falta de combustível, especialmente o gás natural.

Os2.880 MW que poderão ser retirados correspondem à diferença  entrea disponibilidade declarada por cerca de dez termelétricas e a realdisponibilidade apresentada pelas usinas em outubro.

Chippobservou que a constatação de que as usinas não estavam funcionandocoincidiu com a redução do fornecimento de gás da Bolívia, o que deveráestar regularizado em dezembro. "A partir dos testes a seremrealizados, se ficar comprovado que as térmicas não têm gás parafuncionar, a portaria da Aneel vai valer", garantiu.Entreagosto e setembro deste ano, a Aneel verificou que havia restrição paraalgumas usinas operarem, por falta de gás. Mas o diretor-geral do ONSreiterou que “não há risco de desabastecimento de energia no Brasil nemeste ano, nem no próximo”. Ele também demonstrou otimismo em relação a2008 que, segundo analisou, deverá mostrar um nível de água nashidrelétricas superior ao de 2007.