Ministério quer política de saúde específica para povos do campo e de florestas

30/11/2006 - 23h59

Manoela Alcântara
De A Voz do Brasil
Brasília - "Rio, floresta e manguezal. O povo da Amazônia no Encontro Nacional". Esse foi o grito que uniu hoje (1º), em Brasília, moradores da floresta e do campo no debate promovido pelo ministério da Saúde para definir ações para melhorar a prevenção e o tratamento de doenças dessas populações.Segundo o secretário executivo do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a Política Nacional de Saúde das Populações do Campo e Florestas será formulada a partir de sugestões desses moradores e de especialistas em saúde. A idéia é reforçar ações de saúde básica, ao capacitar os  trabalhadores da área para atender as necessidades de urgência e emergência e humanizar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).O secretário diz que o maior problema para atender essas populações é a dificuldade de acesso aos locais onde elas vivem. “Temos uma parceria com a Aeronáutica e com o Exército para chegar até populações ribeirinhas e da região amazônica. Neste encontro, vamos ver uma maneira de como essas ações podem ser desenvolvidas e agrupadas em uma política mais ampla, que venha fortalecer o acesso dessas populações ao sistema de saúde".A diretora do Conselho Nacional dos Seringueiros, Raimunda Gomes da Silva, considera uma vitória a realização de um encontro para ouvir sugestões  da população rural. Ela pretende sugerir que sejam definidas ações para atender as mulheres do campo, principalmente em relação à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis."A gente quer pedir que sejam implementadas as políticas públicas da saúde para a mulher, e que o SUS possa atender a gente lá onde a gente está”, disse. "O pior ponto é que não temos conhecimento dessas doenças, então, queremos também um trabalho de prevenção".O encontro termina amanhã (2). No encerramento, será elaborado um documento com as principais sugestões para dar início à política nacional de saúde para esses povos.