Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A recuperação do setor agrícola pode avançar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) no primeiro semestre de 2007.
A avaliação foi feita pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ao comentar os resultados trimestrais do PIB divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a entidade, o PIB avançou 3,2 % de julho a setembro de 2006 na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. O setor agropecuário foi o que alcançou maior crescimento (7,8%) no período.
“Há uma perspectiva que o setor agrícola, que sofreu nos últimos dois anos, terá uma safra normal com preços bastante bons. Certamente isso vai colaborar para que o PIB do ano que vem, já a partir do primeiro trimestre, quando se colhe a sagra do verão, seja turbinado”.
Questionado sobre as projeções para o PIB em 2007, o ministro disse que elas ficarão mais claras após a conclusão das medidas que estão sendo elaboradas pelo governo para estimular investimentos na produção.
Na avaliação dele, o conjunto de ações será responsável pelo impacto positivo no PIB do ano que vem desde que haja uma resposta rápida da iniciativa privada. “Penso que as medidas poderão motorizar pelo menos uns 2% a mais no crescimento em pontos percentuais, desde que a resposta do setor provado seja rápida como a gente espera”.
Segundo Furlan as ações envolvem desoneração fiscal, crédito, amortização mais rápida de investimentos, prolongamento de prazos para recolhimento de tributos, para melhorar o capital de giro das empresas, e investimentos públicos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Neste momento, nosso desafio é fazer com que o crescimento brasileiro comece 2007 com aceleração. Não podemos deixar que a média deste ano contamine o ano que vem. Por isso o presidente Lula está cobrando medidas de estímulo à produção e exportação”.
Furlan participou, no Rio de Janeiro, da abertura do 26º Encontro Nacional de Comércio Exterior. O encontro reúne representantes de órgãos governamentais, empresários e entidades ligadas ao comércio exterior para discutir propostas de modernização competitiva para o setor.