Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
RIo de Janeiro - A carga tributária de R$ 593,66 bilhões dos nove primeirosmeses deste ano, um recorde histórico, só é boa para o governo, afirmou hoje(30) o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário(IBPT),Gilberto Luiz do Amaral.“Para o governo é ótimo, mas para a economia é péssimo, porque hoje oprincipal impeditivo do desenvolvimento econômico é a elevada carga tributária.Hoje é quase unanimidade que o principal entrave ao crescimento econômico doBrasil é a carga tributária”, afirmou. Amaral disse que esse volume de arrecadação explica o“número pífio do Produto Interno Bruto”, que no terceiro trimestre foi de 0,5%em comparação ao segundo trimestre e de 3,2% sobre o terceiro trimestre do anopassado. O ideal, segundo o tributarista, seria inverter a atualrelação entre a carga tributária e o PIB. Ele defendeu a necessidade de sepromover no país uma redução imediata de tributos. “Nós precisamos reduzir acarga tributária sobre os salários e sobre a produção de bens e serviços, quesão as bases de incidência mais oneradas que nós temos”, disse Amaral.“Hoje nós temos um círculo vicioso porque continuaaumentando a carga sobre salários e sobre produção de bens e serviços. Nósprecisamos criar um círculo virtuoso, que é começar a dar sinal de queda porquea economia vive de ações que geram sensações”.Amaral disse que governo precisa mostrar que quer reduzir acarga tributária e que está fazendo (a redução). Ele frisou, entretanto, que de nada adiantam ajustespontuais da economia para alguns setores, como está sendo proposto. “Ele (governo)tem que reduzir a carga tributária para todo mundo. Ele tem que reduzir sobresalários e ou sobre bens e serviços, mas para todos, indistintamente”. Amaral disse que dessa forma o governo dará um sinal para asociedade de que está preocupado em reduzir a carga tributária. “Ajustespontuais não geram desoneração de carga para todo mundo”, reiterou.De acordo com o IBPT, 76% da arrecadação total dostributos são compostos por 49% de impostos sobre bens e serviços e 27%sobre salários. Na avaliação de Amaral, o ideal para o Brasil seria trazer essacarga para 60% do montante da arrecadação, em quatro anos.