Enem não é base para avaliar melhoria do ensino de um ano para outro, diz Haddad

30/11/2006 - 15h02

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não podeservir como base de comparação para avaliar a melhoria do ensino de um ano parao outro, afirmou hoje (30) o ministro da Educação, Fernando Haddad, apósparticipar da quarta reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários deEducação (Consed), em comemoração aos 20 anos do conselho.Segundo Haddad, a prova deste ano foi muito mais difícil doque a do ano anterior, e o que se pode comparar é a distância que separa oaluno da escola pública do aluno da escola particular. “Essa distância vemdiminuindo ao longo dos anos. A comparação (de um ano para outro) não fazsentido, como não se compara, por exemplo, a nota do vestibular da Fuvest. Vocênão compara o desempenho de um aluno deste ano com o do ano anterior, porque asprovas são diferentes”. Haddad reforçou ainda que há possibilidade de asuniversidades substituírem o vestibular pelo Enem como forma de processoseletivo, o que já vem acontecendo com muitas instituições. “Muitasuniversidades já não aplicam mais o vestibular e usam somente a nota do Enempara o processo seletivo”.  Sobre a criação de um piso salarial para os professores,Haddad disse que estima que em abril o ministério já possa enviar a lei quecria o piso nacional ao Congresso Nacional, mas disse que é preciso cautelapara definir esse valor para que não provocar um desequilíbrio nas contaspúblicas. “Nós temos que ter cuidado para fixar um piso que sejasuportável para as prefeituras e governos estaduais, porque o objetivo do pisonão é aumentar o salário dos professores do país todo, e sim não permitir quenenhum professor receba menos do que um determinado valor compatível com afunção dele”, afirmou.