Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
São Paulo - Representantes da indústria paulista apontaram a manutençãodos juros elevados e o câmbio desfavorável como as principais causas docrescimento do PIB de apenas 0,5% no terceiro trimestre. O diretor doCentro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, disse que“enquanto o governo entender que é possível conciliar política econômica dejuros elevados e câmbio valorizado com crescimento econômico, o país nãocrescerá na velocidade necessária”.De janeiro a setembro, segundo Tabacof, o crescimento da indústria detransformação, de 1,4%, e do setor decomunicações, que produziu menos 1,2%), foram os mais prejudicados pelos jurose câmbio, e os que mais dificultaram o crescimento do PIB no período, de 2,5% .O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), que representagrandes empresários do pais, criticou em nota o fraco crescimento do PIB, “apesarda redução da taxa de juros básica ao longo do ano, esta ainda se encontra numpatamar elevado em termos nominais e reais”. Além de juros menores e câmbio mais favorável à exportação,o IEDI diz que é necessária uma “menor carga tributária sobre o setor produtivoe a retomada do investimento público em infra-estrutura”. O presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo(Fecomércio), Abram Szajman, considerou que "o crescimento de apenas 3,2%do PIB em relação ao mesmo período de 2005 não (...) causa surpresa, masdescontentamento. Enquanto o governo privilegiar o controle monetário emdetrimento ao estímulo à produção, é provável que resultados semelhantes serepitam".