Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A carga tributária brasileira alcançou R$ 593,66 bilhões nosnove primeiros meses deste ano, com participação de 38,95% no ProdutoInterno Bruto (PIB). O resultado consolida a trajetória crescente na arrecadaçãode impostos federais, estaduais e municipais, iniciada no segundo trimestredeste ano.Em termos nominais, o aumento foi de R$ 54,21 bilhões(10,05%) em relação ao acumulado de janeiro a setembro de 2005. O crescimentoreal da arrecadação, com correção da inflação pelo Índice de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA), foi de 6,07%. Os dados foram divulgados hojepelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).No terceiro trimestre de 2006, a carga tributária somou R$200,88 bilhões, constituindo um recorde histórico em valor. O presidente doIBPT, Gilberto Luiz do Amaral, explicou que a tributação tem efeitos direto eindireto sobre os orçamentos, com impactos sobre o consumidor. “De maneira direta, são aqueles tributos que a pessoa pagacomo Imposto de Renda, contribuição previdenciária, IPTU e IPVA, que saemdiretamente do seu bolso, isto é, que ela vê que está pagando. Em relação aostributos indiretos, que formam a maior parcela do custo, o cidadão não vêporque estão embutidos na energia elétrica, no combustível, nos alimentos, novestuário. Então, o impacto é que isso, por um lado, retira poder decompra dos salários, principalmente a parcela que incide na fonte, e de outrolado onera o preço de produtos e mercadorias. Isso reduz a capacidade deconsumo das famílias”, explicou.A expectativa da entidade é que a arrecadação tributárianeste ano ultrapasse R$ 810 bilhões, um aumento em torno de R$ 77 bilhões sobreo ano passado. “Isso vai dar cerca de 12% de crescimento nominal e mais de 8,3%de aumento real”. No final do ano, o IBPT está estimando que a relação entre aarrecadação tributária e o PIB seja de até 38,8%. Esse será um recordehistórico, destacou Amaral, informando que “hoje, os nossos númerosindicam 39,86%”.O estudo do IBPT revela que a cada hora ingressaram noscofres públicos, em média, R$ 90,6 milhões em tributos de janeiro a setembrodeste ano. A arrecadação média no período, por segundo, foi de R$ 25,17 mil.