Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O economista Murilo Portugal, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, quando Antonio Palocci ocupava a pasta, reuniu-se nesta terça-feira (28) com o ministro Guido Mantega antes de seguir para Washington. Na próxima semana, ele assume o cargo de diretor-gerente adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI), para o qual foi indicado em outubro passado.Ao sair do encontro, ele garantiu que não tratou de nenhum tema relativo ao Brasil no encontro com Mantega. Portugal defendeu um controle maior dos projetos executados no âmbito dos Projetos Pilotos de Investimento (PPI’s), por parte do país, para verificar se a taxa de retorno estimada se confirma ao executar o projeto.“Existia a idéia quando o PPI foi feito de que você testaria a hipótese de que há um conjunto de investimentos que vão apresentar uma taxa de retorno maior do que a taxa de juros e, que, portanto, fazia sentido fazer esse conjunto de investimentos, mesmo que para isso você precisasse tomar recursos emprestados. Isso aconteceria, porque teria uma maneira diferente de selecionar os projetos, com mais acuidade, e de monitorar a execução dos projetos”, contou.Os PPI’s foram criados pelo governo em 2004 como projetos estratégicos, na área de infra-estrutura, que ficariam de fora do cálculo do superávit primário, a economia que o governo tem que fazer para pagar os juros da dívida externa. O valor definido para investimento no PPI foi de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Por já ter participado do governo, Portugal lembrou que a idéia era promover uma situação de sustentabilidade da dívida, aumentar o PIB potencial e a arrecadação, ao executar projetos com taxa de retorno maior que a taxa de juros.O problema é quando essa lógica não se cumpre, conforme destacou: “Muitos desses projetos quando você faz, a taxa de retorno é 20%. Quando é executado, descobre que foi só 7%, porque atrasou, porque houve complicações. Ou o desenho não estava bem feito, não foi monitorado adequadamente, mas aí já tomou o dinheiro emprestado, e vai ter que pagar com taxa de juros da época do projeto”, explicou.