Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O programa Na mão certa, lançado hoje (28), pretende mobilizar governos, empresas e organizações da sociedade civil no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras. Promovido pela World Childhood Foundation (WCF-Brasil) em parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, o programa tem três objetivos a serem trabalhados até 2010, segundo Ana Maria Drummond, diretora executiva da WCF-Brasil: a articulação e disponibilização de informações; a educação, focada no profissional caminhoneiro; e o fortalecimento do sistema de proteção, a fim de atacar a causa do problema e fortalecer as organizações sociais que trabalham com crianças e adolescentes. “Nós vamos trabalhar com o profissional caminhoneiro por meio das empresas”, explicou, após informar que o programa já realizou uma pesquisa qualitativa com esses profissionais no país, para avaliar a melhor forma de desenvolver o trabalho. Também foi assinado um Pacto Empresarial, “um dos principais instrumentos do programa”, onde as empresas assumem o compromisso de se engajar em ações contra a exploração sexual infantil. De acordo com a diretora, 60 empresas já aderiram ao pacto.Para 2007, o programa tem como prioridade realizar uma pesquisa de avaliação do perfil e da quantidade de crianças e adolescentes explorados. No momento, o trabalho é feito com dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal, de maio deste ano: a estimativa é de que existam 1.222 pontos prováveis de exploração sexual nas rodovias federais. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam ainda que cerca 100 mil crianças estão sendo exploradas no país.Além do programa, foram lançados o site www.namaocerta.org.br e a revista Na mão certa, com distribuição gratuita e voltada para o setor empresarial e organizações que trabalham com a violência sexual infantil.O governo federal tem programas voltados para as crianças e adolescentes vítimas de violência, como o Disque-Denúncia (número 100), criado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, e o Sentinela, para atender às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Segundo o Estatuto da Criança e Adolescente, a exploração sexual é crime, com pena que pode variar de quatro a dez anos de reclusão, além de multa.