Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O preço do gás natural foi mantido por um longo período “artificialmente”baixo para incentivar o consumo e justificar o volume contratado da Bolívia,sem maiores prejuízos para a Petrobras. Agora é chegado o momento deaproximá-lo da realidade do mercado.A afirmação foi feita, à Agência Brasil, pelo presidente da EmpresaBrasileira de Energia (EPE), Maurício Tolmasquim, para quem o preço do produtodeve se aproximar cada vez mais do preço do óleo combustível. “O preço, apesardos aumentos recentes promovidos pela Petrobras, ainda é artificialmente baixoe é chegado o momento de aproximá-lo do preço do óleo combustível”.Tolmasquim lembra que as projeções indicam um crescimento do consumo doproduto para os próximos anos de cerca de 17%, o que é um percentual acima dacapacidade de produção e de atendimento da demanda atual.“Chegou o momento de um reajuste no preço, para que o gás natural reflitamelhor a escassez do produto. É importante uma política em que se vá elevandopaulatinamente o preço do gás, para que ele reflita melhor o nível deequilíbrio entre a oferta e a demanda” acredita. Segundo Tolmasquim, hoje, o preço do gás natural é 56% a 60% menor do que odo óleo combustível. “Um dos cenários com que nós da EPE trabalhamos é de que opreço do gás cheque a 80% do valor do óleo combustível. Isto não quer dizer queeste será o preço em que se dará o reajuste do gás”.Tolmasquim ressalta, no entanto, que este é só umcenário projetado pela EPE e que cabe à Petrobras definir este reajuste. “E ele(o reajuste) não aconteceria de uma vez só. Ainda não há uma decisão a respeitoe é sempre bom lembrar que os preços do gás são livres e o seu aumento ou não éuma decisão que compete exclusivamente à Petrobrás”.