MST mantém invasão no Incra-SP e deixa prédio do Itesp

28/11/2006 - 20h01

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) decidiuno início da noite de hoje (28) manter a invasão do prédio do InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SP), pelo menos até amanhã. Aação foi iniciada na manhã de hoje. Aproximadamente 200 integrantes domovimento devem pernoitar nas dependências do instituto, na região central dacapital paulista. As informações são da assessoria de imprensa do MST.Dirigentes do movimento tinham a intenção de se reunir com representantes doIncra paulista para apresentar uma série de reivindicações do movimento. Comoos representantes do instituto não se encontravam em São Paulo, o MST decidiupermanecer no local. O movimento emitiu nota afirmando que os sem-terraacampados no Incra vão continuar no prédio até que sejam recebidos pelosuperintendente do órgão em São Paulo, Raimundo Pires Silva.“Várias áreas (para desocupação) estão paradas na Justiça,há muita demora, e essa ocupação aqui é no sentido de dar mais agilização nareforma agrária”, afirma Cláudia Praxedes, integrante da direção estadual domovimento.Em nota distribuída à imprensa no período da manhã, o MST alega, entre outrascoisas, que o Incra não tem atuado no sentido de viabilizar e estruturar osassentamentos para a produção de alimentos, “uma vez que a reforma agrária nãotermina com a distribuição de lotes entre famílias”. O movimento cobra aindamais agilidade do órgão na desapropriação de áreas improdutivas, que, segundo oMST, não estariam cumprindo sua função social.Procurados pela reportagem, os dirigentes do Incra-SP não se pronunciaram.O MST decidiu no início da noite, no entanto, deixar as instalações doInstituto de Terras de São Paulo (Itesp), também invadido nesta manhã em São Paulo,depois de receberem dos representantes da entidade a garantia de que seriamrecebidos ainda esta semana pelo governado paulista, Cláudio Lembo, segundoinformou a assessoria de imprensa do MST. Procurados pela reportagem, osrepresentantes do Itesp também não se pronunciaram.