Conselho de Ética arquiva processo contra senador Magno Malta

28/11/2006 - 13h21

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Ética do Senado aprovou hoje (28), por unanimidade, parecer do senador Demóstenes Torres (PFL-GO) que pedia o arquivamento do processo contra o senador Magno Malta (PL-ES) por "inequívoca insuficiência" de provas. Em relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, Malta foi acusado de participação em um esquema de fraude na compra de ambulâncias.O senador foi investigado por uso de um carro Fiat Ducato, que teria sido emprestado pelo deputado Lino Rossi (PP-MT). O veículo, segundo Demóstenes Torres, pertencia à Planam, pertencente à família Vedoin, apontada como operadora do esquema de fraude. "O fato é que não conseguimos provar que o senador tinha ciência de que esse carro pertencia aos Vedoin. O que não é certeza em Direito não pode gerar condenação. Então, o senador foi agraciado com o benefício da dúvida", afirmou Demóstenes. "Não tenho provas de que é culpado ou inocente", acrescentou o senador.No relatório, Demóstenes Torres citou o escritor Machado de Assis e o romance Dom Casmurro para evidenciar a falta de provas. No romance, o personagem Bentinho é atormentado uma dúvida: se sua esposa Capitu o trai com o amigo Escobar. "Como Bentinho, tenho acompanhado um caso intrigante, que, postumamente, a Machado rendeu diversas versões. Muitas [são]convincentes, mas não posso afirmar com 100% de certeza que Capitu fraquejou e foi nadar em praias escobarianas", disse o relator.