Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor do Centro de Vigilância Epidemiológica do estado do Rio de Janeiro, Aloísio Ribeiro, o levantamento sobre dengue feito pelo Ministério da Saúde indica as áreas em que é necessário atuar com mais intensidade. Dois municípios fluminenses, a capital Rio de Janeiro e Queimados, na região metropolitana do estado, estão entre os 15 no Brasil em que há risco de surto de dengue em 2007. De acordo com o último Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti, realizado pelo Ministério da Saúde entre o final de outubro e início de novembro em 154 cidades brasileiras. No Rio, 6,3 domicílios em cada 100 estão infestados por larvas do mosquito transmissor da dengue.“Apesar de ver com preocupação os resultados do levantamento, eles não são muito diferentes dos outros anos. Há localidades nos municípios com índices mais altos, e nós temos que direcionar o controle para essas comunidades”, afirmou. No caso da capital carioca, o índice de infestação apurado pelo levantamento deste ano (6,3) foi menor do que no mesmo período de 2005, quando chegou a 7,2. No entanto, há bairros da cidade em que o índice atual é quase que o dobro da média local, como o de Rocha Miranda (23,8), na zona norte e o de Ipanema (17,6), na Zona Sul.Em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, que no ano passado concentrou o maior número de casos de dengue, foi diagnosticado índice zero de infestação pelo mosquito. Para Ribeiro a redução de focos do mosquito em locais em que houve muitos casos da doença demonstra o aumento da preocupação da população. “A partir do surto do ano passado a população teve uma preocupação maior nestes bairros, em outros bairros pode ter havido alguma diminuição por parte do poder público e um descuido da população”.Ao todo são oito bairros do Rio de Janeiro com risco de surto e 5 em situação de alerta, enquanto, somente três estão em situação satisfatória, dos 15 em que foi aplicado o levantamento. Dados da Secretaria Municipal de Saúde totalizam 13.770 casos de dengue no Rio desde o início do ano.Segundo a superintendente em vigilância sanitária do município Meri Baran, os dados apontados pelo estudo vão redirecionar as ações da prefeitura no combate ao mosquito “Nós vamos intensificar o trabalho nessas áreas onde o índice de infestação está mais alto” afirmou. A coordenadora destacou a importância da participação da população para evitar o avanço da dengue. “A população pode ser mais parceira. Se as pessoas uma vez por semana fizerem uma vistoria em suas casas, ficarem atentas aos locais aonde o mosquito pode se desenvolver, nós vamos diminuir essa possibilidade de surto de dengue”, argumentou.Baran ressaltou que a inclusão do Rio novamente este ano entre os municípios com perspectiva de surto de dengue se deve principalmente às características de clima e vegetação da cidade que favorecem a proliferação do Aedes Egiypti. Ela também lembrou o cultivo de plantas pela população, principalmente da classe média, sem os devidos cuidados para evitar o acúmulo de água. Além disso, segundo Baran, a ocupação irregular da cidade também dificulta as ações de combate ao mosquito e oferece condições para sua multiplicação.