Analistas financeiros apostam em terceira queda seguida de meio ponto na taxa Selic

28/11/2006 - 5h21

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelos diretores do Banco Central, inicia hoje (28) a última reunião do ano para avaliar a taxa básica de juros que baliza o Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) de títulos públicos e, por isso, também é conhecida como taxa Selic.Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano e a expectativa geral dos analistas do mercado financeiro é de que caia pelo menos meio ponto percentual, conforme consta do Boletim Focus que o BC divulgou ontem (27), com projeções de uma centena de especialistas sobre tendências dos principais indicadores da economia.A reunião de dois dias começa logo depois das 15 horas e dela participam todos os diretores do banco para ouvirem análises técnicas dos chefes de departamento e do gerente de Relacionamento com Investidores (Gerin) sobre controle da inflação, política monetária, setor externo, macroeconomia, política fiscal e demais aspectos que possam influir na taxa de juros.A definição de quanto será a redução dos juros só sairá no início da noite de amanhã (29), quando terminar a segunda parte da reunião, da qual participam só os diretores do BC (com direito a voto) e o chefe do Departamento de Política Econômica (sem voto).Os analistas financeiros ouvidos pelo BC na última sexta-feira (24) confiam em nova redução de meio ponto percentual e na manutenção, em 2007, do processo de redução gradativa da taxa de juros, iniciado em setembro de 2005 quando o índice estava em 19,75% ao ano. De lá para cá, a taxa já caiu 6 pontos percentuais, constituindo-se no menor patamar de juros desde 1975, embora continue sendo o custo mais caro entre os países emergentes.Otimista com o controle da inflação, a estabilidade do dólar e a manutenção de bons saldos da balança comercial (exportações menos importações), o presidente da Associação das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Ferreira, acredita que “os bons fundamentos econômicos, aliados à forte pressão por crescimento, levarão o Copom a reduzir os juros em meio ponto”.